O restaurante self-service
Você chega num self-service pra almoçar, e já vai dar uma olhada na comida: tem uma dezena de opções de frutas, verduras, legumes, carnes e preparos. Só de ver parece que a fome aumenta.
Você então pega o prato, se serve, e senta pra comer.
Passado um tempo, você já começa a se sentir saciado, mas o prato ainda está bem cheio. Agora que não está mais com fome, você percebe que claramente colocou muito mais comida no prato do que conseguiria comer.
Por que isso acontece?
Consigo pensar em algumas alternativas, mas nesse texto queria dividir uma específica - e só pra deixar claro, são conclusões de estudo de bar, ou seja, sem qualquer base científica (mas confia que não é tão sem sentido assim).
Você está com fome e chega num lugar farto de comida boa. Como seres emocionais que somos, é muitíssimo difícil resistir a colocar no prato (nem que seja) um pouco de cada coisa gostosa que está ali.
Os pratos para servir costumam ser rasos e grandes, o que faz com que tenhamos a sensação de que estamos colocando pouca comida no prato. Quer dizer, mesmo quando você coloca a quantidade que está acostumado a comer em casa, naquele prato, parece pouca comida.
E estando com fome, você aproveita pra colocar mais coisas.
Comer no self service pode se assemelhar muito a comprar com cartão de crédito.
Explico.
Você entra numa loja buscando uma blusa. Ao percorrer as araras, encontra várias que gosta muito! Você fica com vontade de levar todas.
E que nem na hora de servir a comida, que você está com fome; nesse momento é difícil se lembrar que você queria apenas uma blusa, e não quatro.
Você pede a atendente para somar o valor: R$ 583,50, ou 6x de R$ 97,25.
Você abre o aplicativo do banco, acessa seu cartão: limite disponível de R$ 1.329,00.
“Ah, cada parcela é menos de R$ 100,00! E tem muito limite ainda!”
E assim como o prato raso te deu uma falsa sensação de pouca quantidade, e você colocou mais comida do que consegue comer; o valor do limite do cartão te dá a falsa sensação de ter dinheiro, e você acaba gastando mais.
Limite de cartão de crédito não é dinheiro na conta.
É claro que a forma como a informação é apresentada nos aplicativos de Banco, não nos ajuda. Mas essa é a parte que não controlamos.
O que podemos fazer é cuidar da nossa relação com o dinheiro, lembrando, inclusive, que ele é fruto do nosso suado trabalho.
Já disse em outros textos e repito:
Essa não é uma campanha contra o cartão de crédito. Ele é uma ferramenta de pagamento ótima, eu inclusive também tenho.
Mas ele requer um cuidado extra no controle financeiro.
Porque assim como no restaurante você não conseguiu comer tudo que colocou no prato, pode ser que no final do mês você não consiga pagar a fatura do cartão de crédito.
E mesmo não tendo comido tudo que colocou no prato, talvez você ainda abra um espacinho para a sobremesa; da mesma forma que na loja seguinte você encontrará mais alguma coisa que (acha que) precisa.
Esse texto também não é sobre não gastar nada. É um lembrete, para que você valorize o seu dinheiro e o utilize da melhor forma possível, pensando naquilo que deseja realizar/ter hoje, daqui uma semana, ano que vem, daqui 30 anos.
CONVITE PARA RODA DE CONVERSA EM PELOTAS/RS
Quanto mais atendo clientes, mais acredito na importância de se falar sobre dinheiro. E para ajudar, junto com uma amiga e colega de profissão, vamos conduzir uma Roda de Conversa:
Será na próxima terça-feira, dia 01/07, de 18h30 às 20h00.
A Roda é um espaço de troca, pensado intencionalmente para que todos possam compartilhar experiências, percepções e desafios relacionado ao universo do dinheiro.
É um evento gratuito, presencial, em Pelotas, pra todo mundo ouvir e ser ouvido, sem julgamentos. (:
Vem dividir a sua experiência e opinião sobre esse tema! Quem sabe a roda não te traz um novo olhar?
Para saber mais e confirmar sua presença, é só preencher esse formulário: Roda de Conversa